As implicações econômicas, culturais, sociais e jurídicas da indústria do pornô
A atividade pornográfica, atualmente, é verdadeira indústria do sexo. Tal constatação pode ser feita ao se observar os investimentos exorbitantes, a multiplicidade e diversidade de obras pornográficas produzidas e a difusão em larga escala de tais materiais.
Alguns dados interessantes obtidos através de pesquisas pela “All Time 10s”, revelam que: Aproximadamente 12% de todos os sites da internet são relacionados a pornografia; atrizes profissionais ganham entre US$ 600 e US$ 1000 por cena, enquanto que atores costumam receber menos de US$ 150; o conteúdo pornô representa 30% de todos os dados baixados na internet; a cada um segundo, 30 mil pessoas estão vendo pornografia na internet, etc.
Percebe-se, pois, que a pornografia é fonte de lucros, uma vez que os investimentos realizados em torno da indústria pornô são vultosos, a demanda é extensa e o retorno de capital é satisfatório.
A Indústria Pornográfica no Brasil teve seu auge na década de 70 com a Pornochanchada, gênero do cinema brasileiro produzido para a grande massa, muito influenciada pelas comédias populares italianas e pela dose alta de erotismo. A cota de exibição obrigatória de filmes brasileiros, uma das muitas medidas de desenvolvimento econômico e cultural criadas pela chamada Ditadura Militar, dava espaço para o desenvolvimento desse gênero - a lei obrigava as salas de exibição a exibir uma cota de filmes nacionais por ano.
A censura era de ordem política, sobre costumes e, muitas vezes, configurava perseguição à classe artística pelo preconceito vigente na época. Para passar pela censura os filmes deveriam cumprir exigências absurdas como, por exemplo, a exibição de um seio de cada vez. Era comum o filme passar pela censura retalhado por cortes, o que podia tornar o roteiro incompreensível. Com o tempo, as exigências foram amenizadas com a liberação de costumes e com a abertura política, iniciada em 1977. Com o