As ilhas afortunadas
A ilha de Avalon é uma de muitas ilhas afortunadas. Ilhas Afortunadas foi o nome dado nas mitologias grega e céltica ao paraíso que acomodava os Campos Elísios, uma região abençoada onde heróis e as almas favorecidas eram recebidos pelos seus deuses após a morte. Acreditava-se que estas ilhas se encontravam nos oceanos Mediterrâneo e Atlântico, baseando esta informação nos relatos lendários de vários navegantes, sendo a Madeira, os Açores, as Canárias, e Cabo Verde muitas vezes apontadas como as possíveis Ilhas Afortunadas, embora muitos acreditem que estes avistamentos sejam resultado de fenómenos atmosféricos que provocavam então miragens de terras que não existiriam.
O sujeito poético ter-se-á então baseado nesta ideia das ilhas afortunadas com o intuito de dar voz à esperança e inspiração a um império moribundo, sendo que as ilhas afortunadas simbolizam o desejo de concretização de um sonho, o sonho Sebastianista. Portugal não tem Rei Arthur, mas tem Rei D. Sebastião. “D.Sebastião voltará, diz a lenda, por uma manhã de névoa, no seu cavalo branco, vindo da ilha longínqua onde esteve esperando a hora da volta” No sentido simbólico D. Sebastião é Portugal A crença neste mito seria decisiva pois levaria toda a nação a acreditar que havia ainda um destino grandioso a alcançar e que faltava " CUMPRIR-SE PORTUGAL".
Mas se a lenda tem o seu valor, o sujeito poético parece neste poema desmistificar ou até desvalorizá-la, na medida em que acredita que “O Desejado”, como vimos no poema anterior vai regressar, mas não de uma forma física.
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