INDÚSTRIA x INFERIORIDADE O quarto estágio é o período etário dos seis aos onze anos. São anos da escola primária (descritos na psicanálise clássica como fase de latência). É o tempo em que o amor da criança pelo pai ou pela mãe (do sexo oposto ao seu) e a rivalidade com o do mesmo sexo, ficam em repouso. É, também, o período em que a criança torna-se capaz de raciocínio dedutivo e de brincar e aprender por regras. Somente neste período, por exemplo, que ela pode jogar bolas de gude, damas e outros jogos em que “cada um tem sua vez” e que exigem obediência às regras. Erikson, afirma que, a dimensão psicossocial que emerge durante este período, tem, num extremo, o bom senso de indústria e, no outro, o senso de inferioridade. A palavra indústria escreve esplendidamente um tema dominante neste período de escola primária durante o qual predomina o interesse pela maneira como as coisas são feitas, como funcionam e para que servem. É a idade de Robinson Crusoé, no sentido em que o entusiasmo e o pormenor minucioso com que Crusoé descreve suas atividades agradam ao próprio e nascente senso de indústria infantil. Quando as crianças são estimuladas em seus esforços por fazer, realizar ou, ainda, construir coisas práticas (seja construir cabanas no alto de árvores ou modelos de aviões ou, ainda, cozinhar, fazer doces etc.), quando têm permissão para terminar seus produtos e são elogiadas e recompensadas pelos resultados, então o senso de indústria é promovido. Ao contrário, os pais que consideram os esforços dos filhos, no sentido de fazer e realizar, como simples “travessuras” ou como causa de “bagunça”, ajudam a estimular o senso de inferioridade, na criança. Durante os anos da escola primária, contudo, o mundo da criança abrange mais do que o lar. Nesta altura, instituições sociais outras, além da família, vêm a desempenhar um papel importante na crise de desenvolvimento do indivíduo. (Neste ponto, Erikson introduz mais um avanço na teoria