As gramáticas -edson nunes
Quatro principais gramáticas definem as relações Estado versus sociedade no Brasil: clientelismo, corporativismo, insulamento burocrático e universalismo de procedimentos.
“Grupos de interesses” - sua ação depende de fatores como: posição do grupo na matriz da estratificação social, acesso ao uso de recursos políticos, grau de satisfação das necessidades econômicas, arranjos dominantes para a agregação e intermediação de interesses.
Classe e cidadania são entidades antagônicas que o liberalismo procura reconciliar através do “domínio público”. Sufrágio e cidadania são os equivalentes políticos do mercado econômico. O “domínio público” onde indivíduos funcionam como eleitores, como checks and balances do poder do Estado, como cidadãos, tem sido visto como uma consequência do funcionamento do mercado econômico livre. O domínio público é o espaço onde as contradições entre a lógica da produção capitalista e as demandas da sociedade são reconciliadas.
O domínio público é regulado por normas e instituições baseadas no universalismo de procedimentos: normas que podem ser formalmente utilizadas por todos os indivíduos, ou a eles aplicadas, ao elegerem representantes, protegerem-se contra abusos de poder pelo Estado, testarem o poder das instituições formais e fazerem demandas ao Estado.
O universalismo de procedimentos por si só não garante a democracia, mas é um de seus componentes cruciais.
As modernas sociedades capitalistas industriais são constituídas por: a) um padrão distinto de autoridade racional baseada no universalismo de procedimentos; b) um padrão dominante de ação social baseada no individualismo e no impersonalismo de procedimentos que repousa em uma multiplicidade de frações de classe, grupos de status, partidos políticos e cidadania; c) uma economia de mercado baseada na transferência impessoal de recursos econômicos, onde as trocas que ocorrem independem das características pessoais dos indivíduos envolvidos.