As formas do espaço brasileiro - Pedro Geiger
As formas geográficas oferecem possibilidades e limites à atuação humana. A maior massa continental se encontra no hemisfério norte, enquanto a massa oceânica é mais extensa no hemisfério sul, configuração que propiciou a presença maior de populações naquele hemisfério.
A individuação dos continentes consiste em reconhecer as descontinuidades das terras emersas, produzidas por fenômenos geofísicos da natureza. Já a individuação dos seres vivos remete a processos biológicos. Países e cidades são objetos abstratos/concretos, já que podem ser medidos e mensurados, em termos de área, população, produto.
Neste livro analisa-se a construção do espaço geográfico brasileiro e seu papel na evolução do país. Conhecer um país em sua plenitude inclui o conhecimento de seu território e de sua configuração espacial. São comentadas as estratégias praticadas pelos diversos agenciamentos na construção dos espaços brasileiros, assim como as formas de vivência das suas populações.
A dimensão territorial do Brasil compreende 8.514.215 km², dois terços da América do Sul. Ao contrário do que ocorreu na América Espanhola, o Brasil manteve a integridade do antigo território colonial português.
No passado, a dimensão do Brasil não alcançou a importância política que hoje apresenta. No início de sua expansão, o capitalismo industrial se instalou na Europa ocidental. Promovia o adensamento populacional de alguns países e a integração espacial interna por meio dos transportes e comunicações. Até meados do século XX, o sistema capitalista mundial apresentou um quadro em que algumas metrópoles dominantes comandavam imensos impérios coloniais.
As grandes distâncias e os grandes vazios entre os centros de povoamento, obstáculos para a maior integração, contribuíam para dificultar a industrialização dos países de grande extensão.
A localização do Brasil pode ser entendida como sendo a de uma