As festividades cívicas como palcos de celebração da política varguista
O Estado Novo (1937-1945) teve como uma das principais características a divulgação do discurso estado-novista cuja organização estava voltada para as comemorações, onde o discurso político do Estado Novo tinha forte apelo junto às massas, de modo a que a mensagem transmitida tivesse eco nos mais distantes rincões do país.
Para essa festa onde o civismo e patriotismo cerram fileiras, trabalhadores, jovens, imigrantes e donas de casa estavam convidados para compartilhar junto a seu líder nas datas em que essas manifestações cívicas se convertiam no grande espetáculo midiático do Estado Novo. Essa verdadeira máquina de propaganda criou um vasto calendário de datas simbólicas, cujas representações estavam subentendidas como símbolos culturais presentes na sociedade, quando na verdade era um dos métodos utilizados pelo regime varguista para aprimorar o monitoramento da sociedade. Para a doutrinação e mobilização popular e trabalhadora, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que passou a exercer o controle da opinião pública e que tinha como principal função dar legitimidade ao governo Vargas.
As festividades contavam com grande apoio dos órgãos de comunicação. Os jornais davam grande destaque a esses eventos divulgando toda a programação, assim como fazendo um chamamento “aos filhos da Pátria” para se integrarem a esse momento de civismo.
As festividades do Dia do Trabalho eram uma das datas mais festejadas. Ela congraçava grupos escolares, ligas operárias, sindicatos, dentre outros, cujo discurso visava a consolidação de um imaginário político homogêneo. A data, que originalmente tinha uma conotação de protesto operário, vai aos poucos passando por um processo de domesticação nos moldes imposto pelo Estado Novo. Essa nova significação tem por objetivo a construção da identidade política da classe trabalhadora, tecendo exaltação a ela, a todos os direitos que o Regime