As faces da desigualdade
É notório o quanto o sexo feminino ainda enfrenta vários tipos de preconceito, muitos deles herdados desde o período pré-histórico. Há três milhões de anos, quando a vida na forma humana começava a se manifestar, a divisão de tarefas foi a forma adotada pela população. Assim, a mulher tornouse responsável pela organização familiar, o que inclui o cuidado com a prole e a arrumação do lar, cabendo aos homens a função de caçar e pescar, ou seja, obter alimentos. Porém, ainda hoje, após diversos direitos conquistados e com a presença de uma constituição que garante a igualdade entre os gêneros, na prática isso não se configura como realidade. A discriminação existe e abrange diferentes áreas, como o âmbito religioso, o mercado de trabalho e ou ainda, a vida pessoal.
Deve-se analisar primeiramente a teoria da Igreja para o surgimento da vida na Terra. Segundo a Bíblia, no Livro de Gênesis, Adão foi criado diretamente por Deus, a partir de sua imagem e semelhança, sendo, portanto, o primeiro ser humano a habitar o planeta. Logo após, Eva foi criada a partir de uma costela de
Adão. Nesse contexto, fica implícita a inferioridade feminina, já que o seu surgimento dependeu da participação masculina, tornando, assim, sempre submetida a sua metade complementar. Ainda nessa história bíblica, outro aspecto atesta para a diferença entre os sexos. Eva é seduzida pela serpente e come o fruto proibido, o qual ela também oferece a Adão. Percebe-se então, o quanto o erro é relacionado à imagem feminina, pois a partir desse gesto a humanidade ficou privada da perfeição e o pecado passou a fazer parte do cotidiano humano.
Ainda no aspecto religioso, a proibição de mulheres se tornarem padres e celebrarem missas possui uma forte origem histórica, mas ainda implica em sentimentos de inferioridade em relação ao gênero. A Igreja é um órgão extremamente conservador, contudo todas as formas de preconceito deveriam ser abolidas. O Vaticano apresenta argumentos já