As eras da qualidade
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA QUALIDADE
1 - O APARECIMENTO DA INSPEÇÃO
Nos séculos XVIII e XIX, não existia ainda o controle da qualidade tal como conhecemos hoje. Quase tudo era fabricado por artesãos e artífices habilidosos ou trabalhadores experientes e aprendizes sob a supervisão dos mestres de ofício. Produziam-se pequenas quantidades de cada produto; as peças eram ajustadas umas à outras manualmente e, após os produtos prontos, a inspeção para assegurar uma alta qualidade, era informal, quando feita. Um produto que funcionava bem era visto como resultado natural da confiança nos artífices qualificados para todos os aspectos do projeto, da produção e do serviço.
A inspeção formal só passou a ser necessária com o surgimento da produção em massa e a necessidade de peças intercambiáveis. Com o aumento dos volumes de produção, as peças não mais podiam ser encaixadas umas nas outras manualmente: o processo exigia um grande grupo de mão de obra qualificada, era caro e demorado. Os preços eram, quase sempre, acima do poder aquisitivo do consumidor médio, especialmente no caso das máquinas e equipamentos.
As atividades de inspeção foram relacionadas mais formalmente com o controle de qualidade em 1922, com a publicação da obra The Control of Quality in Manufacturing, de G. S. Radford. Pela primeira vez, a qualidade foi vista como responsabilidade gerencial distinta e como função independente. O livro chegou até a tratar de muitos princípios considerados centrais no moderno controle da qualidade: a necessidade de se conseguir a participação dos projetistas logo no início das atividades associadas à qualidade e a associação da melhoria da qualidade com a maior produção e custos mais baixos. Seu enfoque principal era, entretanto, a inspeção. Nove dos vinte e sete capítulos do livro foram dedicados apenas a este tema. Os tópicos tratavam da finalidade de inspeção