As dimensões históricas do ócio e sua contribuição na educação sociocultural dos jovens
Tereza Maria da Silva Ferreira[1]
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca pesquisar de que forma o ócio está relacionado às diferentes práticas educativas e expressões na identidade cultural dos jovens, tecendo algumas considerações no que se referem às dimensões educativas, culturais e históricas do ócio, elemento essencial na reflexão e construção de si.
Diante disso, surgem algumas indagações que norteiam essa proposta de pesquisa. Que valores, atitudes e autonomia o ócio pode desenvolver nos jovens? Que tipo de educação pode ser desenvolvida a partir de práticas educativas realizadas fora do contexto escolar ou conforme Libâneo (2004), uma educação não-formal?
As problemáticas que envolvem os jovens na modernidade, não necessitam somente ações das áreas da saúde, assistência social e a educação tida como formal, mas é entender que permeia também territórios que envolvem o ser humano em questões bem mais profundas de sua realidade sociocultural. Embora a mídia esteja apontando que as drogas e especialmente o crack vêm sendo considerado um dos grandes problemas sociais e a principal causa da violência precisa-se investigar, até que ponto essas questões estão postas enquanto verdades ou mitos na história contemporânea. Embora o consumo de substâncias psicoativas seja um fenômeno que acompanha o homem desde a antiguidade, transformando-se dentro do tempo e da cultura o uso de substâncias que alteram o estado de consciência, as características desse uso, vêm se modificando significativamente nas últimas décadas e mais especificamente na contemporaneidade. Na atualidade as substâncias psicoativas passaram de exóticas e fascinantes como era tida na antiguidade, para o caráter de mercadoria ilícita. O qual tem se observado dentro desse crescimento vertiginoso, quadros de abuso e dependência química principalmente entre os jovens