As dimensões do processo didático na ação docente
A compreensão do conceito de desenvolvimento humano e suas relações com a aprendizagem implicam na correlação dinâmica professor-aluno, existente no processo didático, tanto na sala de aula quanto fora dela. Quando se pensa em questões de aprendizagem, a situação é muito delicada, pois tudo o que o aluno pode aprender ou deixar de aprender tem relação com algum aspecto das suas experiências vitais. Nesse sentido, não é possível separar processo de aprendizagem das demais relações estabelecidas pelo educando em sua trajetória de vida. Conforme pensa Vygotsky (apud Mello, 224), o ser humano nasceu com uma potencialidade de aprender, sendo, então, a condição básica do psiquismo humano. Para ele, na perspectiva histórico-cultural, a aprendizagem se constitui como um processo dinâmico da apreensão da experiência humana, sendo sempre mediada pelo seu meio físico e social. Portanto, ensinar não é transmitir o conhecimento, mas ajudar, mediar o aluno a desenvolver as habilidades necessárias para a construção do conhecimento, como postula Ilma Veiga. Desse modo, o processo didático deve acontecer de forma dinâmica e em dimensões que permaneçam conectadas, tais sejam: Ensinar/aprender a aprender, ensinar/aprender a pesquisar, ensinar/aprender a avaliar. Assim, o educando passa a ser visto não como “depósito de informações”, mas, alguém que chega à escola com informações e capaz de apropriar-se do conhecimento. No que se refere à dimensão ensinar/aprender a aprender, o professor tem a encargo de criar e orientar atividades capazes de levar os alunos a desenvolverem a sua capacidade de aprendizagem. Já em relação à dimensão ensinar/aprender a pesquisar o professor deve estimular a criatividade, a pesquisa, a busca do conhecimento, da informação. Na dimensão ensinar/aprender a avaliar, o educador conduz o processo educativo no sentido de despertar uma visão crítica, no sentido de conscientizar o