As diferenças e semelhanças entre o ensaísmo nas décadas e 30 e 40 e os dias atuais
Vamos começar com um trecho do famoso Émile Durkheim. A sociologia não é, portanto, o anexo de qualquer outra ciência, sendo em si mesma uma ciência distinta e autônoma: a noção de especificidade da realidade social é de tal modo necessária ao sociólogo que só uma cultura especialmente sociológica pode prepara-lo para a compreensão de fatos sociais (Durkheim: Op. Cit. 463).
Apontaremos nesse parágrafo alguns fatos da década de 30. A década de trinta foi um dos períodos mais fecundos de reinterpretação do processo histórico brasileiro. Foi uma fase que ficou marcada pela busca de uma melhor compreensão da sociedade brasileira. Nessa época nomes como Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda se sobressaem nesse grupo de pesquisa. Freyre escreveu três livros voltados para o problema da formação da sociedade patriarcal no Brasil: Casa Grande & Senzala, Sobrados e Mucambos e Nordeste.
De acordo com o autor Caio Prado Júnior a circunstância constitutiva da realidade brasileira, presente mesmo no início do século XX, seria a construção, no período colonial, de uma sociedade e uma economia voltadas acima de tudo para a satisfação do mercado externo. As estruturas da história brasileira teriam sido erguidas sobre os alicerces da dependência em relação aos ditames da economia internacional, e não sobre as bases de um projeto para a formação de uma nação autônoma diante de seus colonizadores.
Bibliografia
Texto: Da sociologia política ao ensaísmo brasileiro: notas para uma abordagem disciplinar
Matheus Silveira Lima (UESB) – Autor
E-Biografias / Gilberto Freyre
Um redescobrimento historiográfico do Brasil
Renato Moscateli