As diferenças e semelhanças do brincar na infância antiga e atual
Independente de época, cultura e classe social, os jogos e os brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde realidade e faz-de-conta se confundem. (Kishimoto, 2000).
Brincar é especificamente da fase da infância e é direito de toda criança, não existe infância sem o verbo brincar, pois o brincar traz alegria, liberdade mexe com a imaginação e contribuí para a sua habilidade motora, cognitiva e afetiva.
Portanto brincar é o trabalho da criança, um ato muito sério, é por meio de suas conquistas nas brincadeiras ela afirma seu ser, proclama seu poder e sua autonomia, explora o mundo, faz pequenos ensaios, compreende e assimila gradativamente suas regras e padrões, absorve esse mundo em doses pequenas e toleráveis. Vários autores têm caracterizado a brincadeira como a atividade ou ação própria da criança, voluntária, espontânea, delimitada no tempo e no espaço, prazerosa, constituída por reforçadores positivos intrínsecos, com um fim em si mesma e tendo uma relação íntima com a criança (Bomtempo, 1987; Brougère, 1997; De Rose e Gil, 1998; Kishimoto, 1997; Piaget, 1978; Santos, 1998; Wajskop, 1995). Partindo-se de uma perspectiva histórica, desde a Antiguidade as crianças participavam de diversas brincadeiras como forma de diversão e recreação (Wajskop, 1995). Jogos de demolir e construir, rolar aros, cirandas, pular obstáculos são exemplos de brincadeiras existentes desde a Antiguidade (Fundação Roberto Marinho, 1992). Por outro lado, vale ressaltar que apenas na era do Romantismo que a brincadeira passou a ser vista como expressão da criança e a infância a ser compreendida como um período de desenvolvimento específico e com características próprias. Neste período as principais brincadeiras eram: piões, cavalinhos de pau, bola etc. (Kishimoto, 1990). Já no século XX, outros pesquisadores começaram a discutir