as diferentes formas de regionalizar o Brasil
Nos primeiros anos do século XX, a economia brasileira encontrava-se fragmentada regionalmente. "ilhas'' econômicas voltadas para o mercado externo desenvolviam-se no sudeste, nordeste e amazônia. As ligações internas desse "arquipélago exportador" eram frágeis: os mercados regionais tinham importância muito maior que o embrionário mercado nacional. O Brasil independente ainda se baseava numa economia colonial.
No sudeste, o complexo cafeeiro exportador era o núcleo do principal mercado regional do país. O café já tinha deixado a fase escravista e ingressado na fase capitalista, promovendo um desenvolvimento sem precedentes da infra-estrutura de transportes e urbanização. O espaço cafeeiro gerava economias complementares na sua periferia. As áreas não cafeeiras de Minas Gerais, as áreas coloniais do sul e as áreas de pecuária do Centro-Oeste ligavam-se cada vez mais ao pólo cafeeiro paulista.
No sul, a imigração alemã, italiana e eslava tinha promovido o aparecimento de importantes centros agrícolas no vale do Itajaí (Sc), nos arredores de Curitiba (Pr) e nas serras gaúchas. Essas áreas aumentavam as suas exportações agrícolas para São Paulo. Em Minas Gerais, as velhas decadentes regiões mineradoras tinham regredido para a pequena produção agrícola. Além de alimentos, essas áreas forneciam mão-de-obra para a economia paulista. Nos cerrados do Centro-Oeste, uma pecuária ultra-extensiva sustentava o povoamento rarefeito e já fornecia carne bovina para o pólo cafeeiro.
Nordeste constituía outro pólo exportador, organizado em torno da cana e do algodão. A produção canavieira, após uma prolongada decadência, vivia um surto de prosperidade ligado às transformações tecnológicas que culminaram com a substituição do engenho pela usina. A produção algodoeira, ao contrário, tinha conhecido sua época de ouro algumas décadas antes em função da desorganização das exportações americanas provocadas pela guerra da secessão. A