As Crian As De Bangladesh
Bangladesh é um país muito pobre, um dos maiores exportadores no setor têxtil. Com mais de 1 milhão de pessoas. Desses 50 mil eram crianças com apenas 14 anos. A maioria meninas. O trabalho infantil é proibido por lei em Bangladesh, “lei esta que não vingou”. Os americanos criaram uma lei que proibia a importação de qualquer produto que utilizava a mão de obra infantil, “lei que vingou”. Logo as crianças foram dispensadas das indústrias têxteis. Com isso as consequências dessa lei foram trágicas para as crianças. Porque elas não deixaram o trabalho para ingressar na escola. Elas se tornaram prostitutas, trombadinhas, ou foram trabalhar nas pedreiras quebrando pedras. Se os propositores da lei que proibiu a importação de produtos que utilizavam trabalho infantil tivessem pensado que a escolha prévia das crianças era fruto de um restrito conjunto de alternativas disponíveis e não de burrice, não teriam se surpreendido com o fiasco que se mostrou a lei. Afinal de contas, se fosse uma opção viável para as famílias pobres de Bangladesh mandar seus filhos para a escola, elas já o estariam fazendo antes da entrada em vigor da lei norte-americana. As escolhas são, em larga medida, determinadas pelo conjunto de restrições. Entretanto, estar restrito em suas opções não é o mesmo que não ter opção, é analiticamente de não escolher. As crianças e seus pais, em Bangladesh, não escolheram o infeliz destino de trabalharem, em tenra idade e sob condições ruins, por mera ignorância. O pobre não é burro. Se assim fizeram, foi por aquela ser a melhor opção disponível entre as várias e péssimas alternativas possíveis.
Após penosa negociação, um novo e melhor acordo foi firmado entre a associação têxteis de Bangladesh e a UNICEF. O acordo tinha como ponto principal promover alternativas as crianças. Explicitamente o documento solicitava que, para o bem das crianças, as fábricas não as demitissem até que estas tivessem disponível uma alternativa melhor.
A