As contribuições de bourdieu para a educação

As contribuições de Bourdieu para a Educação
A partir dos anos 60 Bourdieu desenvolve uma resposta para o problema das desigualdades escolares. Predominava, até meados do século XX, principalmente nas Ciências Sociais uma perspectiva otimista, que atribuía a escolarização um papel importante no processo de superação do atraso econômico, mudando do privilégio das sociedades tradicionais para uma nova sociedade, muito mais democrática e justa. Os estudantes competiriam dentro da escola em condições iguais e se promoveriam a partir de seus próprios méritos na carreira escolar e ocupariam posições superiores na hierarquia social. Nessa perspectiva a escola seria uma instituição neutra, que selecionaria seus alunos com base em critérios nacionais.
Uma crise profunda dessa concepção de escola ocorre nos anos 60 e aparece uma postura mais pessimista, abandonando o otimismo das décadas anteriores. A partir dai foram realizadas pesquisas que constataram que o desempenho escolar não dependia, tão simplesmente, dos dons individuais, mas da origem social dos alunos.
Os anos 60 marcam a chegada do ensino secundário e à universidade da primeira geração beneficiada pela forte expansão do sistema educacional no pós-guerra, acompanhada pela desvalorização e massificação. “A decepção dessa “geração enganada”, como diz Bourdieu, alimentou uma critica feroz ao sistema educacional e contribui para a eclosão do amplo movimento de contestação social de 1968.” (p. 17)
Bourdieu propõe nos anos 60 uma revolução cientifica, e oferece-nos um modelo novo de interpretação da escola e da educação, que parecia ser capaz de explicar o que a perspectiva anterior não conseguia.
A frustração dos jovens das camadas médias e populares diante das falsas promessas do sistema de ensino converte-se em uma evidência a mais que corrobora as novas teses propostas por Bourdieu. Onde se via igualdade de oportunidades, meritocracia, justiça social, Bourdieu passa a ver reprodução e legitimação das