As concepçoes de Geopolitica
Durante o século XX, poucas expressões linguísticas parecem ter adquirido tanto destaque como a palavra “geopolítica”. Originária da virada do século passado pela fantasia do Suéco Rudolf Kjellén (1864-1922), o neologismo alcança imediatamente um considerável sucesso tornando-se uma “tendência” durante a Segunda Guerra Mundial, mantendo-se na obscuridade pelas academias após o final do conflito, e retornando com força apartir dos anos 80 do séc. passado.
Inicialmente, a nova construção semântica, cunhada por Kjellén juntamente com várias outras incluindo a sócio-política, economo-política, e bio-política[1], representava a ciência que “ocupa-se do Estado enquanto organismo geográfico ou fenômeno espacial”, sucessivamente com a obra do geógrafo alemão Karl Haushofer (1869-1946), que reuniu juntamente com os sugerimentos de Kjellén, com as idéias de Friedrich Ratzel (1844-1904) e com as teorias de Harold J. Mackinder (1861-1947) para fazer da “geopolítica” uma abordagem capaz de relacionar o interesse nacional a expansão do Estado e o controle estratégico das vias de comuicação, assumindo assim o termo um significado mais amplo. A notoriedade do “novo” modelo “geopolítico” de analisar o território e o seu poder, logo se estendeu para além das fronteiras da Alemanha. A obra de Hausshofer ecoou de forma perceptível no Japão e na Itália, suscitando uma grande atenção também na âmbito das nações inimigas da Alemanha, como a França e os Estados Unidos.
Nos Estados Unidos particularmente, a geopolítica assume rapidamente a aura misteriosa de “arma secreta do nazismo” (como escrevia o “Reader’s Digest”, que em 1941 publicou um relatório intitulado The Thoussand Scientists Behind Hitler), solicitando reações adversas. O explícito interesse nos confrontos do expansionismo territorial, justificado pela Geopolitik alemã em nome do “espaço vital” dos povos mais intensamente propensos ao crescimento, que foi de fato, definido por um influente geógrafo