As Coisas do mundo
Vilhena já havia surpreendido com uma boa participação no filme anterior de Bodanzky, “Chega de Saudade”, e prova que, quando bem dirigido, consegue ser um ator convincente. Blat é mais rodado que seu parceiro de tela, participou de inúmeras novelas desde criança, encabeçou filmes como “Carandiru” e “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, e tem neste novo trabalho a tarefa de viver um professor moderno que precisa vender confiança ao espectador. O ator é bem sucedido em sua performance, fazendo com que seu arco dentro do filme não seja visto com maus olhos, o que é relevante para seu personagem.
Com temas pertinentes em uma roupagem interessante e moderna, muito bem montado pelo sempre competente Daniel Rezende (de “Cidade de Deus”), “As Melhores Coisas do Mundo” soube capturar a juventude brasileira como nenhum outro filme do país e merece ser visto, não importando a idade do espectador. Enquanto o adolescente conseguirá se ver retratado, os adultos poderão ter uma pista de como a geração de hoje, criada com computadores e celulares, digere a solidão, o medo do estereótipo, o nervosismo da primeira vez, entre tantos outros temas. John Hughes, o mestre dos filmes teens dos anos 80 (“Clube dos Cinco”, “Gatinhas e Gatões” e “Curtindo a Vida Adoidado”) aprovaria, de algum lugar, muito orgulhoso.
Quanto ao elenco adulto, Denise Fraga, Zé Carlos Machado e Gustavo Machado (de “O Amor Segundo B. Schianberg”) defendem muito bem seus papéis,