As cem linguagens da criança
Ao contrário do que ocorre no ensino tradicional, as crianças não se juntam por idade, mas por interesses. Um grupo pode ter, por exemplo, alunos de três a seis anos que se unem para trabalhar juntos em um projeto, que pode ser entender como uma ponte funciona. Enquanto uma equipe vai pesquisar quais são as pontes mais importantes do mundo, outra decide que vai construir um protótipo de argila e outra trabalha com figuras geométricas. Ao fim, as equipes voltam a se reunir, contam o que descobriram e se aprofundam em assuntos que julgarem importantes. Os aprendizados vão incluir as disciplinas tradicionais, como matemática, história, geografia, e outras capacidades, como capacidade de trabalhar em equipe, habilidades manuais e persistência.
“O mundo não é separado por áreas como a escola. No projeto, todas as matérias são discutidas diante da realidade como ela é”, diz Paola. Nesse ponto, ter um grupo heterogêneo quanto à idade também ajuda. “Como acreditamos que todo mundo pode aprender com todo mundo, essa questão da idade cai por terra”, afirma. Dessa forma, diz a diretora, o aprendizado é uma via de mão dupla: a criança menor aprende com a maior porque tem menos experiência de vida; a maior, ao ajudar a menor, precisa refletir e reorganizar o conhecimento que tem; maiores e menores aprendem juntas a respeitar as diferentes opiniões e, assim, vão se acostumando com conceitos como tolerância, paciência, democracia e empatia.
Segundo a abordagem Reggiana, os