As aventuras de pi

Piscine Molitor Patel (quando jovem, vivido por Suraj Sharma, e interpretado por Irrfan Khan quando adulto), mais conhecido como Pi, narra para um escritor frustrado (Rafe Spall) sua vida e a incrível história de como sobreviveu ao naufrágio do cargueiro que levava a ele, seus pais e os animais do zoológico da família da Índia para o Canadá, e como acabou dividindo um pequeno barco salva-vidas com uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre.
“As aventuras de Pi” é um filme sobre identidade, sobre família, sobre amor, sobre perdas, sobre palavras que nunca foram ditas, sobre religião, e, sobretudo, sobre fé. Ao contrário do que o título nacional sugere, o filme não mostra grandes aventuras, e sim lembranças e algumas passagens importantes da vida do protagonista.
Pi divide conosco alguns eventos da infância e adolescência que o tornaram o adulto de hoje, desde a escolha de seu bizarro nome pelo pai e a forma criativa que o menino encontrou para não ser alvo de zombarias na escola por causa de sua graça, as várias religiões abraçadas por ele, a descoberta do primeiro amor e a venda do zoológico que culminou na trágica viagem da família.
A maior parte do filme se passa no barquinho, com apenas Pi e Richard Parker, o imponente tigre sobrevivente, em cena. O que fazer quando se está perdido no meio do oceano, à deriva, tendo um imenso carnívoro como companhia? Como Pi logo percebe, a resposta pode não ser tão simples, já que, estranhamente, a sobrevivência de um está diretamente ligada à do outro.
Um filme tocante, com um visual deslumbrante, feito de metáforas e reflexões. Uma ótima forma de iniciar minhas sessões de cinema em 2013!