Arvore Seca
Jacques Maritain, Philosopher of the Person
Rome, Thursday 18 March 2010
A Questão da Liberdade e da Democracia
Maria Luiza Marcilio Como historiadora vou tratar do tema que me foi proposto, sinteticamente, dentro de seu processo histórico e no Ocidente. Nesta perspectiva relevaremos os dois marcos fundantes da emergência e da difusão do regime democrático e das liberdades civis: A Revolução Francesa e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A tríade republicana da Revolução Francesa de 1789, Liberté, Egalité, Fraternité é um ponto de referencia histórico da maior relevância. Aí estão proclamadas as três idéias fundamentais da dignidade humana: a Liberdade inerente ao Homem para escolher seu próprio caminho; a Igualdade entre os Homens; a Fraternidade que deve reger a relação entre os seres humanos. Todos esses valores são profundamente cristãos, entranhados na cultura ocidental, desde a introdução do cristianismo. As três categorias são ao mesmo tempo religiosas e éticas e ocupam lugar de destaque na teoria e na prática política.
A Revolução Francesa, apesar de seus princípios, não foi feita por cristãos; ao contrário, foi em grande parte feita contra eles. Jacques Maritain define bem essa contradição: “Sob a inspiração evangélica em trabalho na História, a consciência profana compreendeu a dignidade do povo e do homem... E foi sob a ação do fermento evangélico em trabalho no mundo que a idéias e as aspirações que caracterizam o estado de espírito democrático e a filosofia democrática se formaram na consciência profana. Por efeito da mais absurda das contradições históricas, ao longo do século XIX, particularmente na Europa, elas foram engajadas numa soi-disant filosofia da emancipação do pensamento que as evaziou de toda substância, as negou e as desagrgou..." (1)
A trilogia de 1789 adquiriu dimensão política e sua interação entre si tornou-se a característica das democracias atuais. O processo histórico dessa