aruaques
Os conuco propiciavam um solo aerado para as plantas, exercendo o mesmo papel que o arado na agricultura convencional[2]. As aldeias, ou yucayeque, eram formadas por cabanas, ou bohío, dispostas ao redor de uma grande praça central, o batey. O batey também era utilizado para jogos de bola, provavelmente por influência cultural dos maias e astecas. Tais jogos de bola continuam a ser praticados até hoje pelos parecis e pelos enauenê-nauês, que confeccionam a bola com o látex da mangabeira (Hancornia speciosa Gomez)[3]. As aldeias se localizavam sempre próximo a cursos d'água. Ao redor das aldeias, se localizavam as plantações, ou seja, os conuco. O algodão era utilizado para se produzir redes de dormir (as hamaca, que foram incorporadas pelo idioma castelhano) e tangas.
Os aruaques eram polígamos e o número de mulheres de cada homem era proporcional a sua importância social. Os territórios aruaques eram divididos em cacicados, cada qual comandado por um cacique. Os caciques tinham alguns privilégios: moravam em uma casa quadrada, diferente das casas redondas dos demais; se sentavam em bancos de madeira nas recepções a outros chefes e nas festas (outra tribo de língua aruaque, a dos tariana, que habita o noroeste da Amazônia, também era famosa pela qualidade de seus bancos de madeira[4][5]) e usavam pingentes dourados no pescoço, chamados guanin. O poder religioso