ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL
A artrite reumatóide juvenil (ARJ) é a artropatia crônica mais freqüente na infância, caracterizada por inflamação das articulações e comprometimento de outros órgãos (como coração e olhos).
Dentre as manifestações extra-articulares mais freqüentes da ARJ encontra-se a uveíte anterior crônica não granulomatosa (ou iridociclite) muitas vezes levando a comprometimento da visão1. A iridociclite crônica consiste em uma inflamação da íris e corpo ciliar com duração superior a 3 meses. Sua incidência é variável. Em nosso meio a ARJ é responsável por 1,5% a 5,2% das uveítes na infância2,3. A uveíte ocorre com maior freqüência nas meninas com oligoartrite, menores de 6 anos de idade e com a presença do FAN4. Allemann e col. estudaram 77 pacientes com ARJ por um período de 9 anos e apenas 8 (10,4%) apresentaram comprometimento ocular, sendo 5 (62,5%) do tipo pauciarticular e 3 (37,5%) poliarticular5. Em outro estudo a uveíte foi encontrada em 20% das crianças com ARJ pauciarticular e em 5% da poliarticular6. A uveíte é rara em crianças com ARJ de início sistêmico.
A uveíte anterior crônica é de evolução bilateral em 65% dos casos7. As manifestações mais precoces são devido ao acúmulo de células inflamatórias na câmara anterior e formação de sinéquias na evolução. Geralmente é assintomática, mas menos de 2% dos pacientes podem queixar-se de lacrimejamento, dor, fotofobia, cefaléia, hiperemia conjuntival ou diminuição da acuidade visual. Eventualmente pode haver reagudização da iridociclite e não há uma relação direta entre a atividade da artrite e uveíte8.
A uveíte pode preceder o aparecimento da artrite ou, mais freqüentemente, aparecer nos primeiros 5 ou até 10 anos de doença4,7.
Estima-se que 25% dos pacientes com ARJ associada à uveíte anterior crônica evoluam com complicações sérias e irreversíveis como catarata, ceratopatia em faixa, sinéquia posterior, glaucoma, edema e degeneração cistóide de mácula9.
Há poucos relatos na literatura sobre a