Ao Leitor endividamento, arrendamento de terra, fornecimento de água, custo dos insumos, Mercosul, dentre muitos que se confundem entre causa e consequência. Mas tem um fator que é fundamental e que está na base da crise, que tem de ser visto com muita atenção por todos, que deve ser enfrentado e combatido, pois se assim não for feito a crise sistêmica continuará a grassar a vida dos orizicultores. Esse fator é com certeza a monocultura do arroz. A monocultura não é culpa do produtor, aliás, o produtor é vítima da monocultura. Ao longo dos anos, por diversos motivos, nossos produtores tiveram a sua disposição conhecimentos que induziram a somente produzir arroz, tendo as academias e institutos de pesquisa disponibilizado poucas informações sobre as alternativas de cultura para as terras planas. Esta prática permite que o produtor fique vulnerável ao mercado, pois ele terá somente um produto para vender tendo que submeterse aos preços praticados pelo mercado. Seria diferente se o mesmo produtor tivesse outras mercadorias para a venda, ele teria a oportunidade de escolher qual produto vender e pelo melhor preço. Outra questão importante é a redução de custos com os benefícios que a rotação de culturas traz em termos de fertilidade e estrutura de solos, combate a invasoras, utilização de máquinas dentre muitos benefícios. O produtor passa a ter melhores condições de enfrentar o mercado, e assim se torna o principal agente desta mudança decidindo o que plantar e quanto plantar. Por isso, além de muitas coisas que o governo do estado já encaminhou, nosso papel enquanto órgão estatal que tem a incumbência dar soluções e propor políticas públicas ao setor arrozeiro, estamos trabalhando intensamente na questão da rotação de culturas, ampliando equipes e ações de pesquisa, intensificando a assistência técnica para levar a informação correta ao produtor e assim dar-lhes condições de terem sucesso nessa nova empreitada, que é semear outras culturas, como soja, milho, sorgo,