Artigo
Nesse sentido, é importante que o Brasil avance na construção do campo de conhecimento e de prática da Atenção Primária à Saúde, ainda pouco explorado pela academia brasileira, deixando, ao largo, preconceitos e idéias pré-formatadas, como a dos pacotes assistenciais dos anos 1980 e 1990.
No encerramento do debate, aponto o desafio da avaliação nas duas vertentes citadas pela autora: da profusão e da comunicação. A profusão poderia ser minimizada com uma maior aproximação e participação efetiva dos serviços e gestores na elaboração das questões e desenhos dos estudos. Isso ajudaria na comunicação dos resultados e na realização de intervenções e mudanças, pois a integração prévia dos grupos acadêmicos e dos serviços permite uma sensibilização para uma posterior intervenção.
Destacaria, ainda, que os avanços conquistados pelo Brasil na Atenção Primária à Saúde, nos últimos anos, são substanciais, e que o fato de o Brasil estar hoje numa posição de liderança do tema no cenário mundial se deve, essencialmente, à decisão e ao compromisso político dos governos e da sociedade de investir na superação do desafio de construção de uma estratégia nacional para um país continental.
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Schraiber LB, Mendes-Gonçalves