Artigo Odete
O real não está na saída e nem na chegada, ele se dispõe para a gente é na travessia. (Guimarães Rosa)
Odete Fernandes1
Resumo: O artigo a seguir traz reflexões acerca da instrumentalidade e as categorias fundamentais que a circundam, tais como: o trabalho, a práxis social, a teleologia, as mediações, as dimensões que fundamentam o Serviço Social e a tríade da instrumentalidade caracterizada como: singularidade, particularidade e universalidade. Aborda também a necessidade de haver conexão entre os instrumentais técnicos do Serviço Social em diversos espaços sócio-ocupacionais. O texto foi fundamentado na perspectiva social crítica, a mesma que embasa a compreensão da instrumentalidade.
Palavras-Chave – Serviço Social, Instrumentalidade, mediação, trabalho, práxis social.
Por receio em reproduzir aspectos considerados pragmáticos, acríticos e permeados pelos moldes conservadores do trabalho social norte-americano (tão propagados no Brasil), os assistentes sociais negaram a possibilidade de a instrumentalidade pautar as discussões e formatar bases para ampliação da dimensão teórico-metodológica do Serviço Social, sobretudo durante o período pós reconceituação da profissão. Apesar do conceito de instrumentalidade permear as discussões em meados dos anos 80, foi somente a partir dos anos 90 que as questões acerca desta categoria passam a compor a pauta nas instâncias de discussão, organização, pesquisa e formação profissional do Serviço Social no Brasil. É importante o entendimento sobre os conceitos que diferenciam instrumentalidade e instrumentais, contudo é imperativa a compreensão de que estas diferenças não podem representar linearidade, mas complementaridade. Perceber a interlocução entre os conceitos nos oportuniza a evitar o equívoco sempre tão presente no Serviço Social, ou seja, o estabelecimento de hiato entre teoria e prática, ou a separação