Artigo nietszche
Palestra ministrada por ocasião do IIIº Encontro Nacional Evoliano em Curitiba.
Introdução
Friedrich Nietzsche morre em 25 de agosto de 1900, quer dizer há 112 anos; dois anos antes havia nascido em Roma Julius Evola e, se tivéssemos que utilizar aqui um léxico muito em voga nestes tempos de Olimpíadas, poderíamos dizer que é como se para o transcurso do século seguinte o alemão tivesse entregado uma tocha a alguém que seguisse em sua mesma corrida.
É certo que Nietzsche foi e segue sendo, em especial nos últimos tempos, um pensador bastante na moda e bastante mencionado. É mais, se pode dizer que cada vez que se passa algum momento especial e particularmente de crise se costuma acudir a sua figura para brindar algum tipo de explicação ao que ocorre, pois recordemos que nosso filósofo foi um verdadeiro profeta de todos os cataclismos que se aproximavam como consequência daquilo que ele qualificou magistralmente como o "niilismo europeu".
Nietzsche esteve entre as principais referências de todos os movimentos que, vivendo os significados últimos dessa crise, tentaram superá-la: do movimento existencialista, seja do entreguerras como do pósguerra, e também o foi nos últimos tempos desse fenômeno de fim de milênio crepuscular qual seja o movimento da pós-modernidade. Em ambos casos, e em especial com este último, Nietzsche foi a principal fonte de inspiração.
Porém em Evola há algo mais que representa uma verdadeira continuidade e até diríamos uma superação de perspectivas logo de ter recebido, tal como dissemos, a tocha para o novo século vindouro. E a temática deveria se encarar aqui em relação daquilo que em Nietzsche foi a problemática principal em toda sua filosofia, sua crítica e denúncia do niilismo europeu e a mesma como uma tentativa pretendida de superação de tal situação de decadência.
O alemão foi, como dissemos, o mais agudo e radical crítico de tal fenômeno, quer dizer do transfundo último existente em sua