artigo mulheres advogadas
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Fechamos o mês de março, mês da mulher. Apesar de todos os debates e celebrações, o fato é que não temos muito o que comemorar. Pesquisa recém divulgada pelo IPEA escancarou a condescendência implícita (às vezes explícita) com a violência contra a mulher. Existiu um erro. Grave, diga-se de passagem. A pesquisa foi questionada do ponto de vista metodológico e dos resultados. Mas independemente do erro, o fato de qualquer cidadão ainda achar normal uma mulher ser atacada pelas roupas que usa é um absurdo. Um erro não pode mascarar a constatação da triste realidade da sociedade brasileira que ainda é machista e impõe à mulher o ônus da culpa compulsória, mesmo quando é vítima de violência tão brutal quanto o estupro. Não é a à toa que a Comissão da Mulher Advogada da OAB/DF teve seu foco e força voltados para a luta pela igualdade de gênero e fim da violência, não só contra a mulher, mas contra todo e qualquer tipo de violência. A paz é pressuposto de justiça social e equidade. E é por isso que vamos lutar. De início através de parceria com a Rede de Proteção contra a Mulher e atuação direta junto às Varas de Violência Doméstica. Num segundo momento, atuando preventivamente em trabalhos educativos junto às comunidades carentes, no sentido de ressaltar a importância da igualdade e da existência da Lei Maria da Penha como meio de proteção da mulher. Afinal, qualquer melhoria social decorre de mudança na práxis educativa. A educação é uma forma de emancipação. E com o direito das mulheres não é diferente.
Ilka Teodoro
Presidente da Comissão da Mulher