artigo: JONAS TELES o poéta empírico
Lílian Lobato Pereira1
Valdinei Valente Lobato de Castro2
Resumo
A pesquisa desenvolvida buscou investigar e analisar a produção poética de Jonas Diego Teles, um dos expoentes da poesia amapaense contemporânea. Por ter percorrido uma trajetória bastante diferenciada – caracterizada, sobretudo, pelo empirismo, por um sentimento de amor sublime com a terra onde vive bastante peculiar e pela proximidade com a natureza – e pela divulgação ainda muito restrita de sua obra, a produção do poeta foi a escolhida para o estudo. Após uma breve biografia, onde se encontram descritas as peripécias do autor após sair do Maranhão até chegar a Macapá, passando pela explicitação das noções de empirismo, poemas de alto teor regionalista e paisagístico, este artigo se propõe a recuperar o percurso do autor, analisando um pequeno corpus representativo de sua produção (poemas “Poeta Sonhador”, “Até Quando Deus Quiser” e “Revolta”). Com versos de quem viu e viveu tudo que é descrito em suas obras, o poeta exalta a realidade do homem humilde do interior e dos centros urbanos, cercado de uma natureza exuberante e preservada, mas que também traz a tona ambientes de exploração, injustiças e abandono aos quais esses atores estão submetidos. Palavras-chave: Matuto. Poeta Empírico. Amor a terra. Sonhador.
1 Introdução
Tal qual o Brasil colonial, que se prendia literalmente a todas as manifestações literárias do pensamento e do espírito português e mantinha viva o quanto fosse possível à tradição literária portuguesa. Muito tempo depois, o Amapá desde quando ainda era território e mais recentemente como estado, também não conseguia se libertar das influências da literatura produzida em outros estados brasileiros, principalmente do Maranhão e do Pará. Não obstante, também havia a influência dominante de fontes literárias vindas do Rio de Janeiro, antiga capital federal e de onde eram nomeados os governadores de todos os estados da