artigo história da violência
Nossas reflexões têm como objetivo problematizar a historiografia da violência da humanidade. Tomando por norte o pensamento de três grandes autores: Hannah Arentd (Da Violência, 2004), Michel Misse (Cinco teses equivocadas sobre a Criminalidade Urbana no Brasil, 1995) e Robert Muchembled (História da Violência, 2012). A partir desses autores discutiremos como a história da violência pode ser escrita lado a lado com a história da humanidade.
Nosso trabalho adotou uma metodologia de base teórica...
Paravras: Historiografia – Violência
Introdução
A violência é um atributo do ser humano livre e como tal constitui uma prática deliberada, voluntária. Uma das dificuldades para identificar os atos violentos encontra-se na avaliação de culturas diferentes da nossa. A violência faz parte da natureza animal, seja ele humano ou não. Durante toda a história da humanidade a violência se fez presente, seja no seu domínio do homem sobre a caça, nos campos de guerra ou durante os assaltos que vemos diariamente nos meios de comunicação.
A violência também fez parte da história do Brasil, se fazendo presente, por exemplo, na escravidão, tanto indígena como da mão de obra africana, nas oligarquias e no coronelismo, e também por parte de um estado que se mostrou autoritário burocrático.
Existem três conceitos que são identificados indevidamente à violência: força, poder e autoridade. Esses três só chegam a ser propriamente violência quando excedidos os seus limites e se adequam como abusivos, contrariando os interesses de uma das partes. Segundo Hannah Arendt essas palavras apenas indicam as formas pelas quais o homem governa o homem. Poder é a habilidade humana de agir em comum acordo.
O poder nunca pertence a uma só pessoa já que existe apenas enquanto o grupo de pessoas se mantiver unido. Esta pessoa vai atuar em nome das outras. Quando o grupo não detém o poder, a pessoa também não detém. Na autoridade, existem dois tipos, a autoridade pessoal (pais e filhos,