Artigo fábricas recuperadas
Rosiane Nunes de Souza[1]
Resumo:
Atualmente a América Latina, inclusive o Brasil, estão vivenciando uma busca dos trabalhadores desempregados pela produção independente dos meios de sobrevivência. As fábricas recuperadas surgem como alternativa para transformar as falências das empresas e o rastro de desemprego que as mesmas deixam em oportunidades para realizar uma economia solidária e autogestionária, cujo intuito é que não exista somente um “chefe” que será beneficiado com os lucros em detrimento dos trabalhadores, mas um sistema em que democraticamente todos tomam as decisões e se beneficiem de maneira igual dos lucros.
O trabalho nas fábricas recuperadas é associado como princípio educativo, pois possibilitam aos trabalhadores exercerem sua criatividade e permitem a superação parcial da alienação do trabalho.
Palavras-chave: Fábricas Recuperadas; Educação; Autogestão.
Introdução:
Atualmente as escolas não estão ensinando de maneira complexa o capitalismo, mas de forma fragmentada e os alunos passam a não entender a sua totalidade e ficam alienados. O capitalismo transforma tudo em mercadoria e a produção de mercadoria tem avançado em um ritmo muito maior, “mercantilização da vida”. Coloca todas as relações sociais a venda, retorno da acumulação primitiva significa retorno ao trabalho análogo ao trabalho escravo. Para Pinassi (2009, p. 34), as classes trabalhadoras foram, e continuam sendo tão profundamente golpeadas e alijadas de uma autêntica percepção de classe dominada que, principalmente em situações de crise mais profunda, seu horizonte ideológico manifesta-se muito mais em função do contingenciamento histórico que de sua mais que necessária potencialidade revolucionária. O socialismo autogestionário é necessário e urgente, pois a era do capital no século XXI é uma barbárie. O capitalismo sob hegemonia financeira, a turbo-mercantilização e o retorno da acumulação