Artigo Fernandinha
Fernanda Amaral Guimarães
João Carlos de Castro Silva
Universidade FUMEC, Belo Horizonte, MG
Fernanda.a.guimaraes@gmail.com
____________________________________________________________________________
1 INTRODUÇÃO
A liberdade é, sobretudo, fruto da vida em sociedade, porque sozinho ninguém seria livre de verdade, preso que estaria às imposições da selva, à luta pela sobrevivência. O homem só é livre, portanto, em sociedade. Veja-se: A cidade é uma criação natural, e o homem é, por natureza, um animal social, e um homem que por natureza, e não por mero acidente, não fizesse parte de cidade alguma, seria desprezível ou estaria acima da humanidade, e se poderia compará-lo a uma peça isolada do jogo de gamão. Agora é evidente que o homem, muito mais que a abelha ou outro animal gregário, é um animal social1.
Conforme a tradição religiosa cristã, Deus teria implantado em todos os homens o instinto da autopreservação2, que fomentou o desenvolvimento de todas as capacidades humanas e de toda civilização. Capacitou o homem pré-histórico a fazer uso de instrumentos de pedra contra animais agressores; aterros e muros para se proteger das intempéries; a muralha da China, contra invasores. O instinto de autopreservação é, assim, “pai” das artes, da arquitetura, da construção das cidades. Para a proteção da vida, evoluiu-se a ciência médica. Para a proteção de prejuízos econômicos futuros, desenvolveu-se a poupança, ente de provisão e seguridade. Como se vê, não bastou ao homem simplesmente se aglomerar em grandes centros. Imperiosa foi (e é) a modificação do meio em que vive para atingir o seu desiderato maior, a consecução da aludida autopreservação.
É bom lembrar que o “peso da terra” persiste o mesmo. O adágio aqui tem lugar: “nada se cria, tudo se transforma”. Quer isso dizer que o homem “nada cria”, modifica o que aí já estava, transformando continuamente o meio em que vive.
Ocorre que, tal como se dá com