Artigo Dos Atos Da Fala
7 (3):217-230, set/dez 2006
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A Teoria dos Atos de Fala como concepção pragmática de linguagem1
Speech Act Theory as a pragmatic view on language
Danilo Marcondes de Souza Filho2 danilo@fil.puc-rio.br RESUMO: O papel da pragmática na filosofia da linguagem tem sido discutido desde a formulação da distinção tradicional entre sintaxe, semântica e pragmática.
Defendemos aqui a relevância filosófica de uma concepção pragmática de linguagem, examinando algumas das principais propostas nesta direção, sobretudo a noção de jogo de linguagem de Wittgenstein e a Teoria dos Atos de
Fala de Austin e Searle. Discutimos, em seguida, algumas críticas aos desenvolvimentos recentes de concepções pragmáticas de método de análise da linguagem, procurando mostrar como esses métodos podem ser reformulados de modo a responder a essas críticas, propondo, assim, a Teoria dos Atos de Fala como o melhor caminho para a formulação de uma filosofia pragmática da linguagem. Palavras-chave: pragmática, Wittgenstein, Teoria dos Atos de Fala.
ABSTRACT: The role of pragmatics in the philosophy of language has been a central subject of discussion since the initial distinction between syntax, semantics and pragmatics. I shall emphasize here the philosophical relevance of a pragmatic conception of language, examining some of the main contributions to pragmatics such as found in Wittgenstein’s language games and in Austin and Searle’s Speech Act Theory. I shall also discuss some criticism of recent developments of these pragmatic conceptions of the analysis of language, showing, however, that there are ways of overcoming the difficulties which have been pointed out. Finally I propose Speech Act Theory as the best candidate for a pragmatic philosophy of language.
Key words: pragmatics, Wittgenstein, Speech Act Theory.
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Retomo aqui questões discutidas em Marcondes (2003, 2005a, 2005b). Versão inicial deste texto foi apresentada no III Congresso Nacional de