Artigo do racismo
Ministra de Direitos Humanos evita falar em punição para acusados de racismo da UFMG
Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Maria do Rosário Nunes evitou falar em punições para os alunos da Faculdade de Direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) acusados de racismo e preconceito em trote realizado, em março, na escola.
“Fotos do trote em que uma caloura aparece amarrada e pintada de preto, carregando um cartaz em que é chamada de “Caloura Chica da Silva” --em referência à personagem histórica, uma escrava negra libertada que viveu em Diamantina (MG) no século 18-- enquanto outro aluno a puxa com uma corrente, e, outra, em que alunos fazem saudações nazistas, um deles com bigode semelhante ao usado por Adolfo Hitler, e outro estudante está amarrado numa pilastra, circularam nas redes sociais. A UFMG abriu sindicância para apurar os fatos e identificar os responsáveis, que podem desde sofrer uma advertência até serem expulsos. O Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, também ligado à Presidência da República, pediu à UFMG providência e penalização dos alunos.
O Conselho ainda exigiu, em nota publicada no Diário Oficial da União, que a UFMG preste informações sobre as medidas adotadas para coibir “as práticas criminosas”.
Maria do Rosário salientou, porém, a singularidade de o fato ter ocorrido dentro de uma universidade. Indagada se deveria haver punição, a ministra dos Direitos Humanos defendeu “reflexão” sobre os trotes.
“Ninguém está acima da lei. O racismo é lei. A responsabilidade pode, sem dúvida, existir. No entanto, numa instituições de educação, acredito na transformação das pessoas e na reflexão”, disse.
“A atitude de alguns alunos é reflexo de como eles se comportam com o outro”. Segundo Maria do Rosário, a forte reação das pessoas, manifestada quando as fotos foram divulgadas na internet e pela imprensa, fará com que esses