Artigo de revisão bibliográfica
A desnutrição pode ser definida como uma condição clínica decorrente de uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais. Ocorre quando o organismo não recebe os nutrientes necessários para o seu metabolismo fisiológico, devido à falta de aporte ou problema na utilização do que lhe é ofertado (MONTE 2008).
A desnutrição pode ser de etiologia primária ou secundária; a primeira ocorre por oferta alimentar insuficiente, com comprometimento do aporte energético, de macro e micronutrientes. A desnutrição de causa secundária pode ser causada ou agravada pela existência de uma doença de base que pode ou não estar associada com a ingestão alimentar. A doença existente pode comprometer a ingestão alimentar de maneira qualitativa e quantitativa, além de poder interferir na utilização normal dos nutrientes dos alimentos ingeridos.
A desnutrição infantil é um dos problemas de saúde pública mais importante no mundo, em virtude de sua magnitude e das consequências para o crescimento e desenvolvimento das crianças, e está seguramente relacionada à difícil condição em que vivem as famílias de baixa renda. Segundo Vitolo (2008), a maior incidência de desnutrição encontra-se em populações de extrema pobreza e crianças menores de cinco anos e tem como principal indicador o baixo peso da criança ao nascer, assim como pode ser resultante de desorganização familiar e falta de disciplina na alimentação.
O estado nutricional infantil reflete basicamente o consumo alimentar e o estado de saúde da criança, e estes dependem da disponibilidade de alimento no domicílio, da salubridade do ambiente e do cuidado destinado à criança (MONTE 2008). A pobreza parece estar vinculada à falta de alimentos, consequentemente, ao comprometimento da ingestão energética e à existência de carências nutricionais que podem causar a desnutrição. Estas, por sua vez, parecem estar associadas à maior probabilidade de ocorrência de processos