ARTIGO DE OPINIAO
Beatriz Engler Barbosa1
Quem, ao falar que é estudante de pedagogia, nunca escutou: “Ah! Você quer ser professora?”. Ingênuos. Mal sabem que ser pedagogo é muito mais que dar aulas e trabalhar no ambiente escolar. Ser pedagogo é transmitir, compartilhar e assimilar o saber, atuando em ambientes que necessitem do auxílio de pessoas capazes a ensinar e a aprender.
Libâneo2 diz que “o trabalho deste profissional não fica restrito somente à escola. O pedagogo pode ocupar vários espaços como hospitais, ONGs, empresas, museus, meios de comunicação, projetos sociais, entre outros, onde sejam previstos os conhecimentos pedagógicos”, por que “a educação está presente em contextos e espaços sociais para além da escola, em que a presença do pedagogo e seus conhecimentos teóricos e práticos tornam-se imprescindíveis”.
O campo de trabalho para um educador é amplo, mas os egressos de pedagogia estão aptos para trabalhar fora “dos muros da escola”? A diversidade de trabalho é grande. A demanda profissional é enorme. E o conhecimento adquirido dentro da faculdade ou universidade é... suficientemente bom para poder atuar em outras instancias sem ser o ambiente escolar?
Essa é uma questão que muitos estudantes de pedagogia estão fazendo a seus professores, pois as Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia deixa claro em seu artigo 7º parágrafo II que o estágio para graduandos do curso deve ser “prioritariamente em Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental”, ou seja, os cursos estão frizando o papel do pedagogo nas escolas e, um curso de quatro anos de duração, tem, em média, três anos que visam à formação do pedagogo que esteja apto a trabalhar dentro das escolas.
Nesse contexto, muitos egressos do curso, ao ingressarem em trabalhos em Museus, Hospitais, Presídios, precisam recorrer a estudos “extrauniversitários”, buscam auxílio sozinho, pois o curso não ofereceu base suficiente para a atuação nessas áreas.
Portanto,