Artigo de Inquisições na América
ROWLAND, Robert. Cristãos-novos, marranos e judeus no espelho da Inquisição. TOPOI, vol.11, nº20, Jan-Jun, 2010, pág.172 a 188.
O autor diz que no final do século XV, já quase não haviam mais judeus na Espanha e Portugal. Vários judeus foram impostos à se converterem ao catolicismo, que era a religião predominante na região Ibérica. Questionamentos quanto à fé eram sempre presentes. Tal judaísmo ibérico era de enorme clandestinidade, havendo assim uma forte resistência à sua sobrevivência. Interessante que nesse texto de Robert Rowland pude perceber que nem todos que descenderam dos convertidos ao judaísmo, eram de fato “verdadeiros judeus”, por não possuírem um sangue homogêneo, um sangue puro. Em algumas leituras que tive outrora, pensei que judeus seriam somente os descendentes da tribo de Judá, filhos de Jacó, e Abraão. Tendo em vista que esse povo em suas longas trajetórias imigrantes se miscigenaram com demais outros povos, dando origem assim a novos seguidores do judaísmo.
Dentre tais questionamentos sobre quem seria judeu ou não. Surgiram assim os cristãos-novos, aqueles que de uma maneira forçada teriam se convertido ao cristianismo. E na clandestinidade ainda realizavam algum tipo de prática judaica em seus recintos domiciliares, não deixando as raízes do judaísmo morrerem. Nesse texto, pude perceber também que nas Inquisições em que a igreja católica promulgava, haviam inúmeros relatos de feitiçaria em que os judeus sempre eram tidos como promissores. Mas tais relatos nem sempre eram de veracidade absoluta. Muitos casos de rebeldias contra os ensinamentos do catolicismo pelos judeus eram forjados. Torturas e confissões impostas eram de presença constante em tais inquisições, tendo em vista que a propagação das práticas ancestrais dos judeus eram um grande mal que precisava urgentemente serem combatidas, por aqueles que tinham como cristianismo a sua doutrina