Artigo de Filosofia da computação
Por Bartira Rossi-Bergmann
A nanotecnologia é um campo científico multidisciplinar que tem avançado rapidamente nos últimos anos, encontrando aplicações nas mais diversas áreas, desde setores de energia e eletrônica até a indústria farmacêutica (1). O princípio dessa nova ciência é que os materiais na escala nanométrica podem apresentar propriedades químicas, físico-químicas e comportamentais diferentes daquelas apresentadas em escalas maiores. Essas propriedades dos nanomateriais já estão sendo exploradas industrialmente com a fabricação de novos cosméticos, medicamentos, tintas, catalisadores, revestimentos, tecidos, etc. Seus alcances podem variar do desenvolvimento de um simples vidro à prova de arranhões até sistemas precisos de carregamento e liberação de fármacos. Em um estudo aprofundado sobre o potencial comercial e as vantagens econômicas dessa nova tecnologia estimou-se que, em 2015, todo o setor de semicondutores e a metade do setor farmacêutico dependerá da nanotecnologia, com um mercado mundial girando em torno de US$ 1 trilhão (2). Os locais que mais investem em nanotecnologia ainda são os EUA, Europa e Japão, cada região investindo cerca de um bilhão de dólares ao ano, concentrando juntos cerca da metade dos investimentos no mundo. No entanto, países como a Rússia, China, Índia e Brasil têm feito investimentos significativos no setor nos últimos anos, sendo que o governo brasileiro já investiu R$ 140 milhões entre 2001 e 2006 em redes de pesquisa e projetos na área de nanotecnologia (3).
NANOMEDICINA Apesar de ter instigado a imaginação de cientistas e escritores de ficção científica, ainda parece longe a concretização do uso de nanorobôs na terapêutica clínica, como os imaginados por Isaac Asimov em seu livro e filme Viagem fantástica, de 1966, em que um grupo de cirurgiões miniaturizados viajavam dentro das veias rumo ao cérebro de um paciente em uma nave de 1 µm para