artigo de contabilidade
Polytechnical Studies Review
2007, Vol IV, n.° 7, 007-040
ISSN:
1645-9911
Teoria da Contabilidade – Uma interpretação Teoria da Contabilidade
– Uma interpretação –
Hernâni O. Carqueja*
Estrutura Conceptual e Teoria da Contabilidade
Nas VI Jornadas de Contabilidade, em Lisboa, Jorge Tua Pereda (1996:331) esclareceu assim o conteúdo de uma estrutura, ou quadro, conceptual (realces acrescentados): “uma interpretação da Teoria Geral da Contabilidade, mediante o qual se estabelecem, através de um itinerário lógico dedutivo, os fundamentos teóricos em que se apoia a informação financeira”.
Este escrito é um comentário sobre o entendimento da expressão “uma interpretação da Teoria Geral da Contabilidade”, face às diferenças de conteúdo dos textos em que se apoia, quando existe, a disciplina de Teoria da Contabilidade, e à ideia, prevalecente, que a academia está dividida entre vários paradigmas de teoria contabilística. A expressão “Teoria Geral da Contabilidade” não tem acolhimento generalizado como designação de disciplina académica e, nas escolas em que existe “Teoria da
Contabilidade”, esta pode corresponder a conteúdos tão diversos como os exemplificados pelos textos de Kam (1990) “Accounting Theory”, de Watts e Zimmerman
(1986) “Positive Accounting Theory”, editados por Hopwood e Miller (1994) “Accounting as Social and Institutional Practice”, de Christensen e Demski (2003)
“Accounting Theory”, ou ainda pelos de Moisés Garcia(2002) “Contabilidad y Circulación Económica” ou Lopes de Sá (1998) “Teoria da Contabilidade”.
O primeiro dos textos, Accounting Theory, de Kam (1990), é um entre mais de uma dúzia de textos destacando situações e problemas profissionais; correspondendo a uma abordagem pragmática, com pendor ora descritivo ora dedutivo, e prescritivo. Kam elege como melhor método o dedutivo (1990:42) mas aceita (1990:46, tradução) “a consistência de opiniões sobre certas presunções ou postulados”.