A morte de Getúlio Vargas na Noite de São Bartolomeu – A última reunião ministerial, o suicídio e a carta testamento.Por causa do crime da rua Tonelero, Getúlio foi pressionado, pela imprensa epor militares, a renunciar ou, ao menos, licenciar-se da presidência. Esta crise levou Getúlio Vargas ao suicídio na madrugada de 23 para 24 de agosto de 1954, logo depois de sua última reuniãoministerial, na qual fora aconselhado, por ministros, a se licenciar da presidência. Getúlio registrou em sua agenda de compromissos, na página do dia 23 de agosto de 1954, segunda-feira: ”Já que oministério não chegou a uma conclusão, eu vou decidir: determino que os ministros militares mantenham a ordem pública. Se a ordem for mantida, entrarei com pedido de licença. Em caso contrário, osrevoltosos encontrarão aqui o meu cadáver.” -Getúlio Vargas Getúlio concordou em se licenciar sob condições, que constavam da nota oficial da presidência da república divulgada naquela madrugada: ”Deliberou o Presidente Getúlio Vargas … entrar em licença, desde que seja mantida a ordem e os poderes constituídos …, em caso contrário, persistirá inabalável no propósito de defender suas prerrogativasconstitucionais, com sacrifício, se necessário, de sua própria vida”. — Nota Oficial Getúlio, no final da reunião ministerial, assina um papel, que os ministros não sabiam o que era, nem ousaramperguntar. Encerrada a reunião ministerial, sobe as escadas para ir ao seu apartamento. Vira-se e despede-se do ministro da Justiça Tancredo Neves, dando a ele uma caneta Parker 21 de ouro e diz: Para oamigo certo das horas incertas!” — Getúlio Vargas A data não poderia ser mais emblemática: Getúlio, que se sentia massacrado pela oposição, pela “República do Galeão” e pela imprensa, escolheu anoite de São Bartolomeu para sua morte.Suicidou-se com um tiro no coração, nos seus aposentos, no Palácio do Catete, naquela madrugada de 24 de agosto de 1954. Assumiu então a presidência