ARTIGO CIENTIFICO: QUESTÕES RELACIONADAS À PROMOÇÃO DA SAÚDE
Por certo tal fenômeno tem se constituído como um dos mais relevantes aspectos da vida humana. Diminuir as taxas de mortalidade infantil, aumentar a expectativa de vida, transpor as barreiras das doenças incuráveis, vencer o desafio da qualidade de vida, tudo isto e muito mais, tem feito parte da incansável vontade de se melhorar a saúde. Mas, de fato, o que é saúde?
Embora possa, a priori, parecer um pergunta tola ou mesmo sem propósito, essa é, com certeza, uma questão crucial e por dois bons motivos (que estão imbricados): primeiro, porque a resposta indica posições marcantes a respeito da compreensão do fenômeno e, conseqüentemente, da tomada de decisões. Segundo, porque permite pensar os limites do conceito em relação à realidade.
Dentro dessa perspectiva, o primeiro motivo rompe com o processo de naturalização que acompanha o entendimento do que é saúde. De acordo com Czeresnia, a saúde pública foi formada em articulação com a medicina e essa a partir da efetiva utilização do conhecimento científico e, mais especificamente, das ciências positivas. Assim, o discurso científico adotado pelas práticas médicas ou de saúde foram circunscritos por conceitos objetivos, não de saúde, mas de doença. O conceito de doença, por sua vez, foi construído a partir de uma redução do corpo humano, considerando os aspectos morfológicos e funcionais definidos pela anatomia e fisiologia. É nesse sentido, que surge uma primeira crença de que saúde pode ser expressada como ausência de doenças.
Embora, seja possível aceitar que as descobertas anatômicas e fisiológicas tenham ocorrido muito antes do positivismo, é importante lembrar que a ciência experimental teve um grande desenvolvimento durante os séculos XVII e XVIII na Inglaterra, possivelmente, devido à sua interação com uma filosofia de caráter empirista. William Harvey, considerado o pai da fisiologia e que descreveu o sistema circulatório, e Isaac Newton, o físico mais importante da época moderna, são alguns