Artigo academico
Conflitos Regionais: África, América Latina e Ásia Meridional
O mundo ocidental entrou numa relativa fase de acalmia a partir de 1945, coincidente com a rápida deslocação do foco de conflitos internacionais para os Estados do Terceiro Mundo, depois da crise dos anos 60, mantida entre o Este e o Oeste, ter arrefecido.
O novo conflito era, então, travado entre o Norte e o Sul, isto é, entre os países ricos e os países pobres ou subdesenvolvidos. Esta era, também, uma luta de classes, fomentada pelo ódio e por intensas rivalidades e assimetrias dos dois mundos em conflito.
O Terceiro Mundo passou a ser o palco das novas guerras, onde intervêm as grandes potências mundiais. Os confrontos bélicos multiplicam-se, um pouco, por todo o Terceiro Mundo. Há guerra na Argélia, na Indochina, na Coreia e também no Próximo Oriente, numa altura em que a Europa goza de um clima de paz e de recuperação económica.
Estes confrontos foram, frequentemente, motivados pela criação de fronteiras artificiais fixadas pelas ex-potências coloniais, e, igualmente, pelo desenvolvimento de políticas colonialistas exploradoras e repressivas, pouco viradas para o progresso do ensino. Outro dos fatores propiciatórios destes conflitos foi a retirada repentina e total das forças coloniais que deixou estes países desamparados.
Esta conjuntura gerou graves conflitos internos em países como Moçambique e Angola, que após a descolonização, mergulharam numa guerra fratricida e preparou o aparecimento de crises comuns nos países em vias de desenvolvimento. O Terceiro Mundo dividiu-se e enfraqueceu com o rebentamento de guerras tribais e conflitos rácicos, ideológicos ou militares, que refletiam os seus problemas culturais e o seu desajustamento face à mudança radical operada com este movimento de independências. À medida que os governos ex-coloniais se vão tornando independentes, os ex-colonos mudam de atitude perante estes territórios, desprendendo-se em muitos casos das suas