Articulação das orações: problema gramatical ou lógico?
Priscila de Souza Alencar*
RESUMO: Esse trabalho apresenta a definição de oração coordenada e oração subordinada, segundo o conceito de diferentes estudiosos da língua portuguesa. Esclarecendo que a divergência gerada em torno deste assunto não se dá apenas pela gramática, mas também pela compreensão lógica.
Palavras-chave: Gramática. Subordinação. Coordenação.
Grande parte das gramáticas de língua portuguesa estabelece a diferença entre orações coordenadas e orações subordinadas apenas pela sintaxe. Assim as orações subordinadas são classificadas como orações que possuem dependência sintática e as orações coordenadas são sintaticamente independentes.
O gramático Evanildo Bechara (2003) diz que as orações subordinadas são as orações que, independentemente do ponto de vista sintático, sozinhas têm um sentido completo, ou seja, formam um texto. Entretanto, reconhece que nada é engessado, cristalizado. Ele explica a relação das orações complexas pelo fenômeno de estruturação das camadas gramaticais conhecido por hipotaxe ou subordinação. Dessa forma, a oração subordinada se torna uma camada inferior, pois estará no lugar de outros termos da oração, como: sujeito, objeto direto e indireto, predicativo e outros. E explica as orações coordenadas como orações que são sintaticamente independentes entre si e que podem se combinar formando períodos compostos.
Cunha (1985) define oração subordinada como aquela que desempenha uma função sintática na oração principal e oração coordenada como aquela que nunca desempenha nenhum papel sintático em outra oração, pois já é completa, nunca se refere à outra oração e pode se relacionar com outras orações coordenadas, mas de forma integral.
Como vimos, a definição de orações subordinadas e coordenadas, segundo as gramáticas tradicionais e os autores que mencionamos, é feita pelo ponto de vista sintático e não semântico.
Flávia Carone indaga sobre a questão de