Artesão & operário: médico do passado, do presente e do futuro
Mudam-se os tempos, permanecem as virtudes
“Brigando com a vontade de ficar na cama, Ricardo se perdia em confusas conjecturas acerca do que poderia ter sido se não tivesse se juntado a seu mestre e, por exemplo, tivesse abraçado o ofício de seu pai: ainda estaria morando em sua casa, entre seus irmãos, e talvez até já estivesse noivo, quem sabe. Olhava o dia amanhecer, ajeitando as idéias na cabeça, e, conforme abria os olhos, percebia que não adiantava – o seu caminho era aquele, só podia ser aquele -, o ofício do barbeiro-cirurgião era a sua verdadeira paixão. Começara meio sem-querer, caíra de pára-quedas nas graças do seu mestre, e, naquela manhã nublada, sabia que seria, ele mesmo, um bom mestre quando estivesse pronto. Ouviu lhe chamarem, deveria se aprontar; iriam visitar um paciente. (...)” “Emocionado ao ver seu nome na lista, Paulo não perdeu um instante e se matriculou logo no primeiro dia. Finalmente! Dentro de poucos anos seria médico! Não se agüentava de felicidade. Seu sonho, depois de muita luta, até que enfim se tornava real. Médico, Doutor Paulo Fulano, gastrocirurgião. Desde pequeno sabia que queria a cirurgia. A subespecialidade viera depois, nos últimos anos de colégio. Queria estudar o sistema digestório, o estômago, compreendê-lo em todas as suas minúcias, e ser capaz de corrigir todas as falhas que ele pudesse apresentar. Sim, ele seria um excelente profissional, um dos maiores especialista no assunto. (...)” “Ainda um pouco perdido, João tirou seu computador da mochila e se juntou aos outros rapazes. Projetada na parede, a imagem do professor recebia calorosamente os novos alunos, reunidos em um amplo espaço que seria usado para as esporádicas aulas presenciais. Jovens de diversas naturalidades