artes
Grande parte do patrimônio da arquitetura barroca no Estado de Pernambuco encontra-se em Recife. Cada construção tem a sua particularidade, nuances plásticas, detalhes esmerados. Formas, linhas, texturas, ritmos e proporções ímpares. Estruturalmente, reconduziu o espaço para que igrejas, capelas, conventos e claustros funcionassem independentes – sem se estabelecer em modelos rígidos. Seria difícil propormos um paradigma para a planta e a fachada desses monumentos. O mais sensato a fazer é observar as características de maneira isolada. De modo que, notaremos bem mais riquezas, ao contrário do que aconteceria se pasteurizássemos a arquitetura barroca como um todo e não pelas suas partes, com o olhar bem próximo das minúcias.
Outra característica marcante nas igrejas do Nordeste é a escultura delicada que se obtém da pedra. Graças aos recursos em calcário dos Estados da Paraíba, de Pernambuco, das Alagoas, de Sergipe e da Bahia, é que a arte expandiu-se e explorou as possibilidades cênicas daquela matéria-prima. No entanto, a escultura em pedra moldou várias leituras. Afinal, da mesma forma que os artistas nativos imitaram as ornamentações barrocas portuguesas com a peculiaridade de empregar certo primitivismo, assim estabelecendo uma popularidade, o conceito rebuscado fora relido e manuseado com mais liberdade e repassado para o interior das grandes cidades. O barroco português do Nordeste foi transposto na escultura de pedra com um relevo quase plano, extremamente simplista.
Basta que consultemos às considerações do historiador Germain Bazin sobre esse assunto para reforçarmos a idéia de originalidade da arte barroca atrelada à percepção de uma sociedade cercada pela estética dos “outros”. Assim, dado encontrado na arquitetura que pensamos ser puro estilo manuelino nada mais é do que a apropriação de códigos alheios. Assim, a similitude/a simbiose e a as diversas antíteses perpassam o Barroco de Portugal com o do Brasil. Há quem argumente que o