Artes
A literatura, o folclore e a mitologia consideram as histórias de ensinamento como parte integrante do patrimônio cultural da humanidade, pois estão presentes no folclore de praticamente todos os povos. Desde a transmissão oral até os mais complexos sistemas de conhecimento, diferentes culturas e sociedades têm lançado mão das histórias-ensinamento, reconhecendo-as como uma pedagogia de cunho espiritual-cosmológico e ético-moral e dotadas também de um caráter curativo e preventivo (Shah, 1996). No contexto da arte-educação, o contar histórias pode articular-se com todos os modos de autoexpressão, seja literária, verbal, musical, teatral, plástica ou corporal.
Para Clarissa Pinkola Estés (1996, 1998), o uso das histórias da tradição oral possibilita o desenvolvimento da nossa capacidade criadora e facilita o processo de autoconhecimento. Para Machado (2004, p.24),
assim como o mito, a lenda e a saga, o conto maravilhoso não é só um relato de um determinado tempo, histórico, mas traz na sua própria natureza a possibilidade atemporal de falar da experiência humana como uma aventura que todos os seres humanos partilham, inscrita e vivida em cada circunstância histórica de acordo com as características específicas de cada lugar e de cada povo.
Portanto, em termos educacionais, um objetivo da incorporação dos contos tradicionais e da arte de contar histórias é ampliar o potencial e os recursos dos educadores, de modo a que estimulem o valor educativo da metáfora (histórias) e utilizem-na como instrumento de trabalho dentro da escola nas diversas disciplinas e ocasiões.
Nesta perspectiva, surge, na visão de Grillo (1996), a noção do uso de contos integrado a outras linguagens de arte e expressão enquanto proposta educacional, que significa perceber e desenvolver, em uma dada atividade educativa, a integração de diversas modalidades da arte a partir de um tema – seja ele um que