Artes
CRISTIANISMO
ATRAVÉS DOS
SÉCULOS
UMA HISTÓRIA DA IGREJA
CRISTÃ
EARLE E. CAIRNS
DECLÍNIO MEDIEVAL E
AURORA MODERNA, 1305-1517
CAPÍTULO 25
O PAPADO ENFRENTA A OPOSIÇÃO EXTERNA
O trabalho dos místicos, dos reformadores e dos concílios reformadores foi uma tentativa sincera de instaurar, a partir de ângulos diversos, uma reforma que tornasse a religião algo mais mais pessoal, que colocasse a Bíblia como fonte de autoridade e desse à Igreja Romana uma face mais democrática em sua organização.
A derrota ou a absorção desses movimentos pela Igreja Romana encerrou todas as tentativas de reforma interna. Ao mesmo tempo, forças externas se formavam em oposição ao sistema papal. Estas forças foram o espírito humanista da Renascença, o nacionalismo e a expansão geográfica mundial que era uma consequência da exploração do Extremo Oriente do Hemisfério Ocidental. Todas estas forças fortaleceram o movimento que irromperia como sendo a Reforma Protestante e que colocaria um fim ao domínio do papado.
l. A RENASCENÇA
A Renascença, que teve lugar em importantes países da Europa entre 1350 e
1650, marca a transição da era medieval para o mundo moderno. A palavra, usada pela primeira vez para descrever esse movimento em 1850 e que é formada das palavras latinas para nascimento e volta, expressa a ideia de um renascimento da cultura. Em sentido estrito, a Renascença se vincula com a Itália do século XIV, ocasião em que as mentes dos homens foram estimuladas para a produção literária e artística pela redescoberta dos tesouros do passado clássico. O espirito clássico
^ansparece, por exemplo, nas obras de Petrarca (1304-1374) e Boccacio (1313-1375).
Este humanismo clássico ao sul dos Alpes encontrou uma contrapartida no humanismo religioso de Reuchiin, Colet, Erasmo e outros ao norte dos Alpes no ''miar do século XVI. Os humanistas do norte voltaram à Bíblia nos originais; os humanistas do sul acentuaram o estudo da literatura clássica e das