Artes liberais

Em 1127, Hugo, professor da Escola de São Victor de Paris, um místico por excelência, escreve DIDASCALION, um compêndio dos conhecimentos da época, onde descreve toda a disciplina necessária ao estudante que visa a Sapiência -- a mente divina. Para Hugo o homem só consegue a Sapiência através do itinerário iniciado no acto de ler, continuado no acto de reflectir e concluído no acto de contemplar.
Na Idade Média entendia-se como adequada a tradição greco-romana das sete artes liberais para o sucesso no estudo das ciências nas escolas. A estrutura das ciências identificava-se com sabedoria (a filosofia) convergindo Scientia, Sapientia, Filosophia.
“De todas as coisas a serem buscadas, a primeira é a sapiência, na qual reside a forma do bem perfeito”
É a Sapiência que aproxima o homem do real conhecimento de si e da sua razão de existir.
O conhecimento está adormecido dentro do homem pelas paixões e desejos mundanos. Os sentidos permitem à alma conhecer as coisas corpóreas. Pela leitura e pelo estudo, o homem toma consciência da sua natureza e busca dentro de si aquilo que imaginara como exterior a si. “A procura da Sapiência é, com efeito, um grande conforto na vida. Quem a encontra é feliz, e quem a possui é um bem-aventurado”. E acrescenta a propósito do processo de investigação para que o conhecimento se manifeste é o trabalho da filosofia indagação minuciosa “A filosofia é a disciplina que investiga exaustivamente a razão de todas as coisas humanas e divinas”.
“A criatura racional foi feita segundo a mente divina. a criatura visível foi feita segundo a mente do homem. Portanto, todo o movimento e retorno da criatura racional devem ser direccionados para a mente divina, como todo o movimento e retorno visível devem direccionar-se para a criatura racional”
Ao aprender as regras de ler as Sagradas Escrituras entende-as melhor. A interpretação critica das escrituras sagradas, um trabalho de exegese, em em que, alegoria, ordem do livro e da