Arte
Erotismo, fetichismo, corpos e voyeurismo somados a uma grande sensibilidade artística, é assim que podemos resumir o trabalho de Luiz Rocha.
Num processo de dois anos de pesquisas, sob a orientação da Suzana Queiroga nas aulas de pintura no Parque Lage, Rocha iniciou o trabalho que envolve analogias sobre a relação com a vida, utilizando-se do universo erótico para falar das percepções do corpo, do prazer e das relações sexuais.
Deste campo é que o artista extrai a forma da matéria bruta: o desejo. E através desse desejo resgata o feminino erótico, tantas vezes esquecido na banalidade do cotidiano.
É no cotidiano que Rocha buscou material para suas pesquisas e para o desenvolvimento de sua pintura. Por meio de observações na noite, nos bares, sempre acompanhado por copos de cerveja, ele se conectou a este universo, aguçando suas percepções, memórias e desejos, e extraindo elementos para compor o universo erótico de seu trabalho.
Porém, essas percepções possíveis são provisórias, pois é muito fácil olhar e não ver nada, tudo depende de um simples ato da vontade.
Luiz Rocha recupera a idéia da representação do desejo através do nu feminino e nas palavras do próprio artista “há um afrontamento da imagem feminina criando um espaço do espectador entre estímulo e reação, um intervalo sobre felicidade, romance, sensualidade e prazer”
É nesse ambiente envolvente que nos é permitido sermos voyeurs de nossos desejos e dos desejos de outros. O seu trabalho nos remete aos outdoors incorporados ao caos urbano, onde os desenhos e pinturas se completam um com o outro, pequenos ou grandes, simples ou sofisticados. O processo se dá na soma e repetição do tema: mulheres e desejo. Mulheres que se masturbam e exploram o seu próprio corpo, e assim, criam fantasias usufruindo de seu parque individual de diversões, quebrando tabus e instituindo a regra que vale: o prazer, que muitas das vezes está latente no inconsciente, e