arte
ISSN 1519-9053
RESENHA
BORGES, Jorge Luís. Curso de literatura inglesa. São Paulo: Cia das Letras, 2002,
ISBN: 85-336-1678-3.
Dr. Johnni Langer
Professor da UNICS, PR johnnilanger@yahoo.com.br e
Profa. Ms. Luciana de Campos
Doutoranda em Letras/UNESP fadacelta@yahoo.com.br Originário de aulas ministradas na Universidade de Buenos Aires durante a década de 19601, o livro ainda mantém um interesse vivo pelas valiosas conclusões que
Borges sugere de seus conhecimentos em fontes manuscritas e impressas de línguas germânicas. Os sete primeiros capítulos – ou aulas – referem-se aos períodos da
Antigüidade e Idade Média. Neles, o professor explicita sobre as técnicas poéticas, as características e os princípios da literatura dos antigos saxões e dos escandinavos.
Também demonstra em suas aulas que o panorama político europeu, especialmente da
Inglaterra, foi muito favorecido pelas invasões nórdicas. É justamente neste aspecto que
Borges revela muito mais que uma simples admiração por estes povos, identificando as personagens com um passado glorioso e heróico: “Os Vikings talvez tenham sido a gente mais extraordinária entre os germanos da Idade Média. Foram os melhores navegantes da sua época (...) à maneira de muitos escandinavos cultos, não era apenas guerreiro mas, além disso, era poeta” (p. 22).
Simplificadores do moderno idioma inglês, os antigos escandinavos possibilitaram a consolidação do futuro império britânico, segundo as mesmas idéias de
Borges (pp.100-102).2 Essa visão heróica e gloriosa dos bárbaros pode ser percebida pelo espaço concedido à análise dos épicos anglo-saxões, como Beowulf e das sagas islandesas. Para o escritor, o período em que viveram estes aventureiros não era simplesmente uma época de desordem e caos, mas um momento extremamente propício para a formação de estruturas literárias complexas: “uma época bárbara mas que propendia à cultura, que gostava da cultura”(p.20). Assim,