Arte
ALVARO SIZA·
Pavilhão de Portugal
EDUARDO 'SOUTO DE MOURA
Edição realizada com o patrocínio da
~
FUNDAÇÃO
,
BAi\CO CmlERCIAL PORTUGUES
o nascer de um monumento
S'MONETTA Luz AFONSO
Em 1994 recebo um telefonema do António Mega Ferreira e um desafio: quer pensar os contéudos do Pavilhão de Portugal na
Expo '98? Tema: os O ceanos e a celebração da viagem de Vasco da Gama! Tratava-se de um daqueles desafios a que não se consegue resistir. Havia dois caminllOs. O fácil seria pegar em património do tempo dos Descobrimentos e fazer mais uma exposição. O mais difícil seria pegar no tema de uma forma abrangente e universalista, aproveitar a ocasião para deixar alguma coisa que perdurasse além da efemeridade obrigatória do evento, descobrir fontes iconográficas menos divulgadas e dá-las a conhecer ao grande público, usar as novas tecnologias e trazer à luz da ribalta peças novas do tempo dos Descobrimentos. A primeira ideia que me surgiu foi uma daquelas que acalentava há anos e ficara "guardada" à espera de melhores dias! Partir da riquíssima iconografia dos Biombos Namban, de que alguns dos melhores exemplares se guardam em museus portugueses, dando vida às personagens que povoam aquele testemunho único e fidelíssimo da chegada dos portugueses ao J apão. Projecto de dimensão lúdica - a animação, a construção de um mundo onde se misturavam elementos reais e virtuais - tinha também uma indesmentível carga didáctica, pela possibilidade de restituição dos ambientes de época (o vestuário, a construção naval, a arquitectura nipónica, os costumes) e de evocação da emoção espantada do homem oriental que pela primeira vez via aqueles seres de compridos narizes, cOln as suas armas de fogo, os óculos e os trajes, acompanhados por uma fauna exótica e desconhecida naquelas paragens.
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A ideia seguinte afigurava-se igualmente difícil, mas não menos aliciante: promover uma escavação de uma nau da Carreira da
Índia e, através dos objectos